GERAL
CRAM é espaço de acolhimento e orientação para mulheres em situação de violência em Carazinho

Infelizmente, a violência contra a mulher é pauta recorrente e muitas vítimas sequer sabem que estão nesta situação, pois acreditam que apenas a agressão física é considerada nestes casos. No entanto, existem outros tipos. A violência também pode ser moral, psicológica, patrimonial e sexual.
Ao longo do tempo, iniciativas e políticas públicas tem surgido para fortalecer a rede de apoio a quem sofre com este problema e o Centro de Referência de Atendimento à Mulher – CRAM é uma delas.
Funcionando há pouco mais de um ano, o CRAM é um espaço de acolhimento psicológico, social, de orientação e encaminhando jurídico à mulher em situação de violência. Muitas chegam ao local sem antes terem procurado outro tipo de ajuda, mas tantas outras acabam encaminhadas pela Polícia Civil e outros órgãos da rede de proteção.
A coordenadora e assistente Social Daniane Diehl e a psicóloga Daniela Pitol dos Santos trabalham diretamente com mulheres vítimas de violência. Em 2024, 86 chegaram ao CRAM, destas 25 aderiram ao atendimento e passaram a frequentar o local com frequência, recebendo apoio psicológico e orientações conforme os casos. Doze seguem neste atendimento em 2025. “Aqui elas encontram suporte, tem atendimento psicossocial, ela é ouvida. Muitas chegam com dúvidas de como funciona uma medida protetiva, ou sobre a guarda dos filhos, querem saber como agir”, diz Daniane, salientando que conforme a situação, a mulher é encaminhada também para outros espaços da rede de proteção, como Defensoria Pública, CRAS, CREAS e até Conselho Tutelar. Elas são orientadas a procurar a polícia, dependendo do caso, mas muitas têm medo de julgamento.
Na grande maioria dos casos, as vítimas atendidas no CRAM possuem dependência emocional em relação aos parceiros agressores, característica que complica ainda mais o encerramento do ciclo de violência. “Muitas até tem o próprio emprego, conseguem se sustentar sozinhas, mas são dependentes emocionalmente. Eles as procuram, prometem que irão mudar, elas dão uma nova chance e o ciclo recomeça”, lamenta Daniela. “A questão afetiva é bastante complicada. Ela se apaixonou por uma pessoa que num primeiro momento era alguém legal, a conquistou, mas depois com o tempo, começou a dar os sinais de violência, o que só foi piorando”, completa Daniane.
O contato pelo WhatsApp, através do 54 9 8408-5504, é bastante comum e muitas preferem acionar o CRAM através deste canal por se sentirem mais seguras e vontade. Mas também é possível visitar o local que fica na Avenida Pátria, 76, sala 400, Edifício Montserrat, em Carazinho. Para denúncias de casos de violência, a indicação é Polícia Civil, pelo telefone 3329-8600 e WhatsApp 54 9 8409-0859, e a Brigada Militar, pelo 190 ou WhatsApp 54 9 8415-1046.